quarta-feira, 13 de maio de 2009

A única borboleta... (luto)


Sim... infelizmente por um momento, breve momento, Vi a mais bela das criações divinas, voar livre. Desculpe se não me referi, mas se tratava de uma borboleta de transparentes asas.
Vou dizer-lhe o que aconteceu...
Era uma vez um panapaná, lá haviam as mais belas borboletas que a mente humana JAMAIS, com toda sua sabedoria conseguiria pintar.
Voavam livres, adornavam a vida.
Um grupo de colecionadores, observadores, disputavam entre si, pra granjear a mais cobiçada delas, sim! Me refiro a uma borboleta de transparentes asas, rara, única de imensurável valor.
Todos a queriam, mas ela se preservava de uma forma tentadora...
Certa deixa cansou de voar. Pois bem, pensou que seria cuidada por algum deles, então pousou...
Abrindo suas lindas asas se entregou, confiando mais uma vez que o certo caminho, e o melhor, seria de fato escolher, o que seu coração falou...
Um dos colecionadores a tomou, e representando seu troféu de singular maneira, prometera a todos que ali estavam que cuidaria dela, e lhe daria a tão sonhada liberdade...
Em seus domínios, o colecionador, a colocou sobre um pedestal, envolta por uma redoma de vidro... Ali ele a alimentara, e a protegera, mas sempre que queria voar a redoma a impedia, fazendo assim, com que se acostumasse de uma triste forma a aceitar seu destino... (afinal era a sua escolha, entrementes ele cuidara dela, e isso bastava).
Ninguem podia se aproximar da redoma, e pouco a pouco privando-se de sua liberdade, a bela borboleta sentira-se só...(mas ainda assim era o melhor, pois tinha sido sua escolha...)
Viajando por aí, encontrei-a ali presa... de asas abertas não me comparava a ternura e beleza que aquele pequeno ser, obra de arte divina, possuía..
Tirei a redoma, e coloquei-a em minhas mãos, ela não queria voar... ou não conseguia..
Deus! ela tinha asas tão lindas e não conseguia usá-las... quem faria isso a ela, que justificaria como cuidado? ou pior, amor?
Sim, parte de meu ser coloquei nela, pra que tivesse forças pra voar... ela reagiu e pouco a pouco moveu uma asa de cada vez...
Então... voou...
Por breves e eternos momentos ela voou ali, acima de mim... que esplêndida visão, alegria contida e indisível... me emocionei...
Sim, ela livre estava, de longe sua magia superava em anos-luz a minha própria...
Lentamente tirei meus pés do chão, e juntamente à ela, lado-a-lado, juntos voamos, brincamos, rimos...
Então pra minha surpresa, o colecionador apareceu, segurando a redoma acenou a borboleta...
Pouco a pouco ela pousou, e ali naquela redoma por vontade própria se entregou a aprisionar-se...
De ira me possuí, questionando ao colecionador desabafei: "Mortal insano, por que a privas de voar?". ele respodeu-me: "ela é minha! eu a peguei, eu cuido dela, a protejo de seres como você". e pra minha supresa finalizou; "eu a AMO, e isso vem do criador".
O desejo de destruir aquele mortal, não foi maior do que a tristeza de ver a bela borboleta de transparentes asas rendida a sua escolha.
"Amor?" perguntei; "Se você não estivesse cuidando dela o criador estaria. Se não estivesse alimentando, o criador alimentaria. Se não estivesse protegendo, De certo o seu criador a protegeria melhor do que vocÊ!". Avançando a passos lentos aquele tolo mortal conlcuí: "vejo vocês, motais a tempos vomitando um amor divino que só é real em seus desejos. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com levianidade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não se dá com a injustiça, mas se folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, Tudo espera, tudo suporta".
Descontrolei-me, e literalmente iria destruir aquele Tolo limitado.
Mas ao notar, que a borboleta conseguira sair de sua redoma pousando no ombro do colecionador... percebi que aquela tinha sido a sua escolha... Virei-lhes as costas. Pelo mesmo lugar que entrei, eu também saí...
Hoje ao presenciar essa triste cena não vejo por que Deus daria asas a uma borboleta, e logo depois uma "redoma" que a impedisse de voar...
Por que as criaturas dele, obras de suas mãos permitem-se serem tratados como objetos, por mortais, quando nem mesmo o próprio criador os trata assim?
Será que basta somente ser, cuidado, alimentado, protegido?
Que raio de amor é esse? platônico, na qual se entregam os mortais?
Um dia quando encontrar, se encontrar de fato alguém que mereça viver o amor verdadeiro que vem de Deus, a ensinarei a voar muito mais alto do que suas escolhas...
Evidente, escolha de alguém que enxerga coisas que ninguém mais Vê, pois se De fato for esse tipo de amor que ELE Quer que vivemos, na qual somos impedidos de sermos livres...
NUNCA VOU QUERER APRENDER AMAR... pois um dia ELE morreu para que Fossemos todos LIVRES.
Por fim , não o escrevo para que muitos lêem, certamente para um ou quem sabe dois, mas minha inspiração se esgotou ao ver o imprudente tratamento que Dão ao dom mais belo que o Criador poderia entregar aos mortais... me refiro a ASAS... entro de luto, sem defininição...
Enfim foi assim que me senti ao ver VOCÊ borboleta de transparentes asas à voar...


Um comentário: